Com a morte de D. Pedro, conde de Barcelos, a tradição dos jograis entra em declínio, e vai sendo substituída pela poesia escrita. Até por volta do final do século XV.

Com fortes influências de Dante e Petrarca, os meios aristocráticos das cortes de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel, desenvolve-se uma poesia que, conservando as características do lirismo peninsular se vai caracterizar pelo seu carácter frívolo, lúdico, e pelo formalismo da sua expressão.

Entre os géneros mais produzidos contam-se:

  • o vilancete, (poema constituído por um mote de dois ou três versos, seguido de glosa de uma ou várias estrofes terminadas por um verso do mote);
  • cantigas (composição poética escrita para ser cantada, geralmente compostas de estrofes curtas, e constituídas por versos também breves)
  • esparsas, (composição poética provençal de fundo triste e melancólico, formada por uma só estrofe de oito a dezasseis versos, sem refrão)

Mas encontram-se também poemas satíricos (atacando, por exemplo, a corrupção do clero), religiosos, didácticos, histórico-épicos (os poetas eram nobres, servindo pois o seu rei na guerra e nas conquistas) e dramáticos.

Garcia de Resende, homem ligado aos círculos da corte, editou em 1516, o seu célebre Cancioneiro Geral, uma compilação dos textos poéticos das cortes de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I,

Entre os poetas mais destacados dos Cancioneiro Geral contam-se o próprio Garcia de Resende, João Roiz de Castel-Branco, Jorge d Aguiar, o conde do Vimioso, Gil Vicente, Bernardim Ribeiro e Sá de Miranda.

Estes três últimos marcam já, uma passagem para o classicismo literário, que Sá de Miranda acabaria por introduzir após a sua viagem a Itália, em 1526.