A designação de época clássica, refere-se à tendência estética e cultural que proliferou na Europa, desde meados do século XVI até finais do século XVIII.

Defendia e cultivava a recuperação da cultura clássica greco-romana, no que toca às referências estéticas e culturais, e do Renascimento italiano, no que toca à adopção de formas e géneros.

A sua linguagem formal, encontra paralelismos na pintura, na arquitectura e na literatura, sem, no entanto, corresponder a um movimento unitário ou concertado no tempo ou no espaço.

Considera-se que o início da época clássica da literatura portuguesa esteja relacionado com a propagação das novas formas literárias do Renascimento italiano em Portugal introduzidas por Sá de Miranda, após o seu regresso, em 1526, da sua viagem à Itália, que vai estender-se, em toda a sua diversidade, até meados do século XIX.

Os principais movimentos estéticos que proliferaram durante este período são: o classicismo, o maneirismo, o barroco, o neoclassicismo.

Classicismo

Termo que se generalizou, ao longo do século XIX, para designar uma tendência estética e cultural.que abarca o barroco e o maneirismo e coincide, de uma forma geral, com o período renascentista; com a recuperação de modelos e valores da cultura antiga greco-latina e pelo crescimento do interesse pelo humano, estranho à tradição escolástica medieval.

Na poesia o classicismo, está estreitamente ligado ao debate em torno da Poética de Aristóteles, onde se colheram as regras formais e temáticas dos vários géneros. Contudo a introdução destas novas formulas não implicou o desaparecimento das formas tradicionais nem de certos temas e motivos, pelo que encontramos autores de sonetos, ou de outras formas do classicismo a escreverem também redondilhas e vilancetes.
Esta coexistência verifica-se em vários autores do século XVI, como o próprio Sá de Miranda e Camões.

Em finais do século XVIII, o classicismo renova-se com o neoclassicismo.

Barroco

Conceito surgido no século XVIII associado às noções de irregularidade, desordem ou desequilíbrio, por oposição às normas do classicismo, podendo ser definido por uma reacção contra o estatismo e a rigidez clássicas. Consolida-se, ao longo do século XVII e da primeira metade do século XVIII, a partir da sua origem italiana, influenciando a arte europeia deste período, nomeadamente na Flandres, em Espanha e França, na Europa central (Viena e Praga) e em Portugal, daí se estendendo à América Latina.

Nas artes plásticas o barroco vai determinar, o aparecimento de formas sensuais, generosas, dinâmicas, em que o movimento da linha serpenteante tem uma importância decisiva, bem como os efeitos de luz, na criação de poderosos contrastes, distorções espaciais ou ilusões ópticas.

Na literatura, o barroco valoriza o culto da forma, elevando a expressão artística à exploração das potencialidades lúdicas da linguagem e à sua capacidade de surpreender e cativar o leitor mediate efeitos inesperados, contrastes, raciocínios lógicos paradoxais. Deste modo, a passagem ao barroco, desencadeia o requinte formal dos textos poéticos que sob influência do cultismo e do conceptismo, tornam-se cada vez mais exercícios de exibição da mestria retórica do poeta, procurando desenvolver, a partir do elemento mais insignificante, uma teia de figuras de estilo, de imagens, e sugestões, pelo uso da sintaxe, com destaque para figuras como hipérbatos, metáforas e antíteses.

Em Portugal o barroco estende-se de fins do século XVI a meados do século XVIII, sendo fortemente marcado pela influência espanhola de Góngora e pelo conceptismo. Entre os grandes escritores do barroco português, contam-se D. Francisco Manuel de Melo e o padre António Vieira.

A poesia barroca portuguesa foi recolhida em dois cancioneiros: a Fénix Renascida (publicada, em 5 volumes, entre 1715 e 1728) e o Postilhão de Apolo (1761-1762).

Maneirismo

Na literatura, o maneirismo representa o diluir das regras formais do classicismo. Coincide, historicamente, com o clima de instabilidade e pessimismo decorrente de alguma descrença nas capacidades humanas, manifesto já em parte do século XVI, e que em Portugal é acentuado pelo período de declínio do império e de perda da independência.

A expressão do patético, a consciência dos contrastes, limitações da vida humana tornam-se mais agudas, manifestando-se, por exemplo, em inúmeras referências ao tema do desconcerto do mundo, frequente em Camões.