Os versos livres são versos que não possuem métrica, são versos introduzidos pelo modernismo e não se baseiam em critérios predefinidos, mas em decisões que o poeta toma intuitivamente ou em normas por ele criadas. Um exemplo é "Na Rua do Sabão" de Manuel Bandeira ou "Um boi vê os homens" de Carlos Drummond de Andrade.

Cuidado para não confundir versos livres com versos brancos. O verso livre é autónomo em relação aos esquemas métricos, mas esta autonomia é relativa, uma vez que a poesia não deixa nunca de integrar-se numa certa musicalidade e num certo ritmo.

No início do século XX, muitos poetas acreditavam que o século XIX tinha realizado o máximo que podia ser conseguido com a métrica regular, e rejeitaram-na, preferindo métricas irregulares, que tornavam possível exprimir o pensamento de modo claro e sem distorções.

A mudança para o verso livre iniciou-se sob as influências muito diversas do poeta norte americano Walt Whitman e do poeta francês Stéphane Mallarmé.

Poetas como Robert Graves e W.H. Auden criticaram o verso livre, sob o pretexto de que lhe faltava a dificuldade de que necessita o verdadeiro talento.

Em Portugal, podem considerar-se alguns dos poemas de Eugénio de Castro como os primeiros em verso livre. Exemplos posteriores encontram-se nas obras de Fernando Pessoa e seus heterónimos (particularmente Álvaro de Campos) e de Mário Cesariny.