Vinícius de Moraes, poeta
Nome Completo: Marcus Vinicius de Moraes
Género Literário: Cronista e poeta
Profissão: Advogado, diplomata
Nascimento: 19 de outubro de 1913, Gávea, Rio de Janeiro, Brasil
Falecimento: 09 de julho de 1980, Rio de Janeiro, Brasil

Vinícius de Moraes era carioca (1913 - 1980), advogado, diplomata, fez bacharelato em Língua e Literatura Inglesa na Inglaterra.

Cronista e poeta, foi autor de letras de músicas inesquecíveis, com vários parceiros, os mais conhecidos Tom Jobim e Toquinho. Integrou o movimento da Bossa-nova.

Em 1933 publicou O Caminho para a Distância, seu primeiro livro de poesia. Ainda na década de 1930, são lançados Forma e Exegese (1935), Ariana, a Mulher (1936) e Novos Poemas (1938). Em 1938 viajou para a Inglaterra, para estudar Língua e Literatura Inglesa.

De volta ao Brasil, ingressou na carreira diplomática; serviu nos Estados Unidos, na França e no Uruguai. Em 1956 iniciou parceria com Tom Jobim, que fez as músicas para sua peça Orfeu da Conceição. Publicou, em 1957, o Livro de Sonetos.

Em 1958 foi lançado o LP Canção do Amor Demais, que inclui a música Chega de Saudade, composta por ele e Tom Jobim, marco do movimento da Bossa Nova. Nas décadas seguintes ele participaria no movimento com diversas parcerias: Baden Powell, Carlos Lyra, Edu Lobo, Francis Hime, Pixinguinha, Tom Jobim e Toquinho.

Em 1965 ganhou primeiro e segundo lugares no Festival de Música Popular da TV Excelsior, com as canções Arrastão, parceria com Edu Lobo, e Canção do Amor que não Vem, parceria com Baden Powell. Vinícius de Moraes, pertencente à segunda geração do Modernismo, é um dos poetas mais populares da Literatura Brasileira. Suas canções alcançaram grande êxito de público, como Garota de Ipanema, a música brasileira mais executada no mundo. Produziu ainda poemas infantis, como os de A Arca de Noé (1970).

Diz José Castello, no livro Vinicius de Moraes – O poeta da paixão – uma biografia, da Ed. Companhia das Letras, São Paulo, 2005

"Vinicius de Moraes atravessou a vida conjugando opostos. Militante católico na juventude, cheio de freios, moralismos e metafísicas, mais tarde será boêmio convicto, devoto de Mãe Menininha do Gantois. Ocupa cargos diplomáticos de importância em várias capitais e depois se recolhe para uma paz hippie nas areias da Bahia. Nutre simpatias pelo fascismo na década de 30 e compõe o hino da UNE - União Nacional dos Estudantes, nos anos 60.

Múltiplo, sua vida parece às vezes reunir facetas dispersas do temperamento brasileiro. Por isso José Castello foi extrema mente feliz ao construir sua biografia sobre vários eixos que se cruzam continuamente. O primeiro, e principal, é a trajetória de seus amores, os nove casamentos que lhe marcam a vida. Em cada um deles Vinícius busca algo distinto: um desejo rimbaudiano de changer la vie, mas projetado em clave exclusivamente feminina.

O segundo eixo envolve o círculo móvel de suas amizades, os colegas de formação, os companheiros de boemia, artistas, parceiros e poetas com quem se relacionou visceralmente ao longo da vida. E, permeando tudo — amigos e casamentos — os poemas e canções que foram nascendo, e que Castello relaciona estreitamente às circunstâncias concretas que lhes deram origem.

No fim, a figura que emerge deste livro é a de alguém exuberante e dividido, capaz de varar a noite entretendo tanto Marlene Dietrich quanto um mero desconhecido. Alguém que se pautou, acima de tudo, por um ardente desejo de imersão na corrente da vida — o que explica, talvez, os longos banhos do poeta. Sem Vinicius a nossa experiência do amor estaria hoje irremediavelmente mais pobre."